Porque só você me amou primeiro, me amou igual,
e prometeu amar minhas dobrinhas, rugas e os meus cabelos brancos...
Você se encaixa em mim de um jeito difícil de explicar.
Você vai organizando seu corpo de forma que todas as partes dele, se encostam nas minhas. O seu braço comprido passa por debaixo da minha nuca, no vão exato da curvinha do meu pescoço. Acho que às vezes seu braço deve formigar por ser esmagado pela minha cabeça, mas você nunca reclama.
A gente se deita e você, automaticamente, vai passando seu braço grande pelo vãozinho do meu pescoço. É quase uma chave de braço de amor. E você então encaixa seu rosto na minha nuca. E respira. E o ar quente vai aquecendo ainda mais o meu corpo, que, a essa altura, já não sabe mais o que é o frio. E sua respiração alta é quase como um sonífero. É o extremo do aconchego, me mostrando que você está realmente ali.
Eu amo até o ar que sai de você. E você puxa meu quadril imponentemente de encontro ao seu, formando o encaixe perfeito. Cada centímetro do meu corpo venera cada centímetro do seu. Dali, friagem nenhuma se aproxima. E eu me recuso a pensar que aquilo não é amor.
Talvez o amor que as pessoas busquem tanto, esteja nos micro-prazeres escondidos por trás das delicadezas da vida e do encaixe das conchinhas. E aí tenho certeza que naquele momento, a energia que borbulha dos nossos corpos colados nada mais é do que o amor transbordando.
Me esforço pra continuar acordada, sentindo cada segundo daquilo que me completa, que me faz bem. É como celular na tomada recarregando a bateria. Mas, o injusto da conchinha é que ela alcança um nível tão alto de conforto, que já não é mais possível manter os olhos abertos. Naquele estágio entre a consciência e o sono profundo, penso pela última vez no dia que, com ou sem sexo, gosto profundamente de você.
E ouvindo a sua respiração igualmente profunda, sintonizo a minha com a sua, e adormeço.
Te amo te amo... meu amor, meu esposo Edson
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